Você acha que possui pouco medo do mundo até o momento em que a criatura que mais te assusta
te coloca em uma posição de pânico. E nestes
minutos que se arrastam como horas, você vê passar pela mente as possibilidades
que podem te acontecer a qualquer instante e, em seguida, tudo o que poderia
ter feito aquele dia, e até mesmo nos últimos dias, e não fez; as palavras que poderia ter dito e não disse, o que
deveria ter perdoado mas não perdoou, as desculpas que deveria ter pedido e não
pediu, tudo que tem por fazer, que não concluiu... E nesta hora, além do medo,
a culpa começa a sondar os pensamentos, e querer, acima de tudo, simplesmente
chegar em casa, para poder ter mais uma chance com tudo em que falhou. É
realmente desesperador.
Ás vezes, ideias absurdas e tanto improváveis; ás vezes, mais pavor do que a própria ameaça poderia proporcionar... Mas mesmo assim, quão pequena e, recente descoberta, ingênua sou eu para neste instante diferenciar um do outro.